XII Festa da Misericórdia reúne centenas de fiéis para dia de fé e orações

28 abril 2025

Tradicional celebração contou com pregações e procissão luminosa ao final do dia

Neste domingo (27), a XII Festa da Misericórdia reuniu milhares de pessoas para um dia de devoção a Jesus Misericordioso no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e de Jesus das Santas Chagas, em Curitiba (PR). Realizado no primeiro domingo após a Páscoa e transmitido ao vivo pela Rede Evangelizar de Comunicação, o evento contou com pregações e orações conduzidas por Sacerdotes e religiosos de todo o Brasil. Ao final do dia aconteceu a Santa Missa e procissão luminosa pelo centro da cidade, presididas por Padre Jorge Fortunato.

Na Missa de encerramento, o Sacerdote deu boas-vindas aos fiéis de outras cidades e estados e aos de Curitiba e Região Metropolitana. Também recepcionou aqueles que acompanhavam ao vivo pela Rede Evangelizar. Ele explicou a importância da Festa da Misericórdia quando citou que ela começa no martírio do Senhor. “Jesus morreu por nós. Em Suas Chagas Dolorosas, contemplamos Sua infinita misericórdia. Mesmo se contorcendo de dor, Ele perdoou aqueles que O condenaram. Quantas vezes a prece do Filho de Deus também é por nós? Ele diz: ‘Pai, perdoa este povo de hoje em dia, não sabem o que falam nem o que estão fazendo’. Não existem mais feridas em Jesus, mas marcas gloriosas. Portanto, deixe suas misérias e peça perdão pelas vezes que não assumiu sua fé”, clamou Padre Jorge.

Na homilia sobre o Evangelho de João (20,19-31), o Sacerdote esclareceu que ao aparecer a Santa Faustina, Jesus pediu que ela encomendasse uma pintura da visão que tinha d’Ele, com as Chagas Gloriosas. E assim foi feito, uma entrega total à vontade divina. “O que é para nós cumprir a vontade de Deus? É sair dos nossos fechamentos. No Evangelho de hoje, Cristo entrou no meio dos discípulos e disse ‘a paz esteja com vocês’. Assim, mostrou a Tomé o lado aberto e pediu que não tivessem medo, que não ficassem acorrentados na violência que Ele viveu, mas que fossem adiante e que se abrissem”, pontuou.

Foto: Felipe Gusso

Padre Jorge Fortunato continuou: “Quando falamos em missão, há aquela que deve ser exercida com fundamentos que provêm de Deus. Santa Faustina acreditava que o coração de Jesus era um refúgio seguro. Por isso, cantamos a música ‘A tempestade vai passar’, do Padre Reginaldo Manzotti, pois Ele ensina aos discípulos e a nós a continuar a missão”.

Manhã de fé

Já às 7h da manhã, a Festa da Misericórdia começou com uma Via-Sacra a partir dos escritos de Santa Faustina Kowalska, com Padre Thiago Medeiros e Irmã Elisabeth Noemi. Durante todo o dia, diversos Sacerdotes relembraram que a celebração foi pedida por Jesus à Freira polonesa em 1930. Depois, foi instituída por Papa São João Paulo II no ano 2000.

Padre Thiago Medeiros ressaltou: “A Via-Sacra que rezaremos agora foi escrita por Santa Faustina. Lembrem-se de que estamos no Júbilo Pascal, mas não existe Páscoa sem o sofrimento e a Paixão de Jesus Cristo. Pediremos a Deus por você e por toda a humanidade, pela Sua misericórdia. E recordamos com carinho do Papa Francisco que fez sua Páscoa divina”.

Após a abertura, a manhã continuou com o Terço da Misericórdia, com Gabriel Matos; Santa Missa, com Padre Jorge Fortunato; e Oração da Misericórdia, com Padre Ezequiel Dal Posso. A programação do início do dia terminou com Santa Missa, conduzida por Padre Everson Kloster.

Tarde de pregações

Marcada por muitas reflexões sobre a misericórdia de Deus, a tarde começou com orações conduzidas por Thiago Lopes e Dulce Maria. Os dois missionários deram as boas-vindas a Raquel Carpenter, que pregou sobre a “Misericórdia Divina e a vinda de Jesus”. A fundadora da Comunidade Água Viva, localizada no estado do Espírito Santo, centrou seu discurso no próprio testemunho. Ela contou aos fiéis que, em 2006, começou a adoecer gravemente. Após dois anos e diversas investigações médicas, foi diagnosticada com lúpus, uma doença inflamatória autoimune crônica que pode afetar vários órgãos e tecidos do corpo. Mesmo após descobrir a doença que a atingia, enfrentou muita dor e sofrimento.

Foto: Pascom Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e de Jesus das Santas Chagas

Ela descreveu sua história para meditar sobre a fé na misericórdia do Senhor: “As tribulações mexem com nossa confiança em Deus. Entenda uma coisa, é no momento da dificuldade que sua fé é provada e que você cresce espiritualmente. Enquanto missionária, quantos milagres já vi diante dos meus olhos. Agora, quando a dificuldade bateu à minha porta, pareceu que foi o fim. Por que será que na hora da dor temos dificuldade de nos entregar a Deus?”, relatou.

Mais adiante, Raquel contou que sofreu muitas hemorragias e foi levada ao hospital com a certeza de que havia chegado o fim de sua vida. Naquele instante, ela se entregou inteiramente ao Pai, para que fizesse o que quisesse: “Eu não pedia a cura. Então, ainda não tinha confiado completamente n’Ele. Fui a um retiro que falava sobre o Sangue de Jesus. Nunca esquecerei de uma frase: ‘o Sangue do Salvador é o mais poderoso remédio’. A partir daquele momento, pedi para o Filho de Deus me lavar com Seu Sangue e me libertar da doença. Deus me curou há cerca de 15 anos e me chamou aqui para dizer: volte a acreditar, não desanime”, completou a missionária.

Após a pregação, Padre Renato Redeson rezou o Terço de Jesus das Santas Chagas. Antes de começar a oração, elucidou sobre a palavra “misericórdia”, que trata-se da junção de duas palavras em latim, que significam “miséria” e “coração”. Na reflexão, o Sacerdote explicou a todos: “Ao uni-las, entendemos que misericórdia quer dizer um coração que se dói pela miséria de alguém. Ou seja, que ao ver uma carência, sente seu interior mexido ou movido. O coração misericordioso é aquele que se contamina com dores alheias”.

Padre João Marcos Polak foi quem conduziu a segunda pregação da tarde, com o tema “A Misericórdia de Deus para as famílias”. Já no início de sua fala, o Sacerdote citou e leu várias passagens bíblicas que tratam da misericórdia divina, como o Salmo 50. Ele fez isso para abrir sua reflexão e indagar se os fiéis confiam mesmo no Deus da Misericórdia. “Precisamos aprender com os homens das Sagradas Escrituras. O Pai lhe escolheu. Você está aqui porque pode ser transformado pela graça d’Ele”, defendeu.

Foto: Felipe Gusso

Na sequência, o Padre mencionou a história de Davi, que pecou, se arrependeu e se reconciliou com Deus. Ele citou a passagem bíblica de Samuel (12,13) para refletir sobre o pecado. Também indagou se aqueles que rezam ‘Cordeiro de Deus, tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós’ confiam mesmo na misericórdia divina. E como fazer isso? O Sacerdote responde ser com Confissão, Comunhão e participação na Igreja.

“O Pai não desiste de você!” Padre João Marcos Polak disse alto a frase antes de ler a Parábola do Filho Pródigo. Ao final, ele explicou que Deus trata a todos os fiéis como agiu com aqueles da passagem bíblica e pediu que os fiéis tomem essa ação como um exemplo. “O pai acolheu o filho com brigas e insultos? Não, ele recebeu com abraços e compaixão. Quantos filhos estão afastados da Igreja, pois os pais não acolhem com amor, mas mandam embora? Quantos casais se tratam com respostas grossas? A misericórdia não deve ser só cobrada, mas também exercida em nossas vidas”, completou.

Após, houve a Adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzida por Padre Jean Patrik, antes da Santa Missa.

Procissão

A bênção final da celebração dominical foi dada com a Relíquia de 1º grau de Santa Faustina Kowalska, presente no Santuário Nossa Senhora de Guadalupe e de Jesus das Santas Chagas. A XII Festa da Misericórdia encerrou com uma grande procissão luminosa pelas ruas no entorno da igreja, na região central de Curitiba. O momento repercutiu pelas ruas da cidade e chamou dezenas de fiéis para as janelas dos apartamentos, além das centenas que acompanhavam a passeata a pé.

Foto: Felipe Gusso

Reveja a procissão e toda a Festa da Misericórdia pelo YouTube da TV Evangelizar: assista a manhã aqui e a tarde aqui. Veja as fotos aqui.

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