No segundo dia de evento, cerca de 6 mil fiéis ouviram as pregações e participaram da Santa Missa de encerramento
O dia dois do Retiro Nacional, que aconteceu neste domingo (9), foi marcado por demonstrações intensas de fé entre fiéis de todo o Brasil e do exterior. O evento, que está em sua 13ª edição, ofereceu seis pregações conduzidas por Padre Reginaldo Manzotti. Neste ano, o tema foi “Deus não falha em Suas promessas” e o lema “Em Deus ponho minha confiança e nada temerei” (Sl 56,11a).
Ao abrir o evento, Irmã Ana Paula e Ironi Spuldaro conduziram momentos de espiritualidade e recepcionaram crianças, jovens, adultos e idosos presentes. Após, Carol Tormena e Willian Teixeira relembraram a Terra Prometida da Associação Evangelizar É Preciso e destacaram a possibilidade do próximo Retiro Nacional ser realizado no terreno. “Você pode fazer parte desse momento histórico, queremos continuar essa obra de evangelização. Imagine-se neste local, com muito verde e águas”, destaca a apresentadora. “Nosso centro de evangelização será o refúgio dos últimos tempos. Todo o milagre que ali chegar, você também vai receber”, conclui Ironi Spuldaro.
Após, Padre Manzotti chegou ao palco, acolheu os fiéis e agradeceu a todos pela presença na jornada de fé vivida durante o fim de semana. Ele ainda reconheceu com gratidão as colaborações de todos com o Livro Ouro pela compra do terreno da Terra Prometida da Associação Evangelizar É Preciso e relacionou com o tema do Retiro Nacional.
“Fiz questão de puxar o Novo Testamento a partir de Jesus Cristo. Pensamos em nossas dificuldades, reclamamos muito, como se Deus nos tivesse abandonado. Em Atos dos Apóstolos encontramos que, quando Nosso Senhor subiu aos Céus, disse: ‘Permaneça aqui’. Também deu-Lhes o poder do Espírito Santo. Portanto, não quero que reclame que está desprotegido”, defendeu.
Nos dois dias de Retiro Nacional, o Sacerdote conduziu palestras, pregações e celebrações para cerca de 6 mil pessoas presentes no Centro de Eventos Positivo, em Curitiba (PR). Outros Sacerdotes e Missionários da Associação Evangelizar É Preciso também participaram, como Padre Jorge Fortunato, que convidou os Mensageiros para um momento especial e para rezar o Terço de Jesus das Santas Chagas.
Foto: Maria Fernanda Mileski
Muitos estavam com Capelas em mãos. Assim, o Missionário mostrou um mapa da presença de Mensageiros por todo o mundo: “Nosso objetivo é chegar a 20 mil líderes, a evangelizar conosco por meio de grupos de oração. Eis aqui a importância de sermos determinados na missão de espalhar a Palavra ”.
Pregações
A reflexão central das pregações foram passagens do Novo Testamento e dois Sacramentos: Confissão e Eucaristia.
3ª palestra | Perdão e Eucaristia, promessas do caminho para salvação
Padre Manzotti conduziu a palestra inicial com uma constatação: os católicos não devem negligenciar os Sacramentos da Confissão e da Eucaristia: “Acha que São Pio ficava tantas horas no confessionário por gosto pessoal? A Igreja prega, na Quaresma, a Confissão. Por que será? Apesar disso, por que não sentimos a necessidade da confissão? As pessoas acreditam em resolver direto com Deus. Isso não é católico. Eu lhe pergunto: qual a última vez que você confessou?”
Em seguida, o Sacerdote destacou o perdão, a partir da passagem bíblica de Mateus (6,14-15) que aconselha: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará”. Ele explicou que este trecho revela a promessa de Deus e relembrou: “Jesus colocou o perdão dentro do Pai Nosso. O Pai promete perdoar aqueles que perdoam e o ser humano não foi feito para ser vingativo. Isso é fruto do pecado original em nós. Portanto, quando alguém nos faz mal, é natural que sintamos. Mas o perdão não é uma opção, é um mandamento”.
As famílias presentes e as que acompanhavam pela Rede Evangelizar de Comunicação foram convocadas durante a palestra. Brigas e desentendimentos apareceram citados como problemas nas relações, não condizentes com o que Deus deseja aos Seus Filhos. Padre Reginaldo pediu que, se há rancor, que os fiéis deem um basta com o perdão, pois a atitude está intimamente ligada à Eucaristia. Portanto, segundo ele, a negação do Sacramento da Reconciliação é um obstáculo para a graça da Salvação.
“Se muitos dos nossos pedidos não são atendidos, será que não está faltando confessionário e contrição, ou seja, arrependimento? Não deveríamos procurar o perdão com Deus, pois Ele é tão bom que quero viver com Ele?”, enfatizou o Sacerdote. Ele, então, aconselhou os fiéis a se confessarem, pelo menos, uma vez por mês, e perdoarem, pois a falta dessas atitudes incentiva o rancor e a amargura. Esses dois sentimentos causam doença física e mental. “O que quero dizer é que: o perdão liberta. E não me refiro à pessoa que perdoar. Liberta você da pessoa que lhe machucou”, disse em tom determinado.
O público que acompanhava a palestra, em especial os casais, foram convocados a refletir sobre o exercício do perdão no relacionamento. Padre Reginaldo expressou que a falta do diálogo, da coragem em falar das falhas e das desculpas leva muitos a se separarem. Ele ainda anunciou que perdoar é importante pois todo o perdoado na Terra será perdoado no Céu.
Por fim, diante de todo o falado, o Sacerdote aconselhou: “O primeiro passo da boa confissão é ter consciência dos seus pecados. Pois achamos defeito nas pessoas, mas não aceitamos nós mesmos ter. Portanto, nos achamos seres mais perfeitos. Quando é para falar do defeito dos outros, sabemos. Porém, quando é para vermos nossos próprios defeitos… Ter a coragem de dizer ‘eu errei, eu falhei, eu fui estúpido’ é necessário. Portanto, para uma boa confissão, é preciso um bom exame de consciência”, concluiu.
Foto: Maria Fernanda Mileski
4ª palestra | O Espírito Santo prometido
Na segunda palestra do dia, Padre Manzotti relembrou do tema do Retiro Nacional: “Deus não falha em Suas promessas” e chama atenção para uma lamparina presente no palco. Ele explicou a metáfora diante dos olhos dos participantes do evento, que significa o combustível da fé contra os pecados. “No Oriente, havia oito demônios que sussurravam nos ouvidos para desencaminhar de Deus. Muitas vezes você está em uma caminhada bonita na comunidade, na vida religiosa e, do nada, começam a vir pensamentos. É a tentação, que já é pecado? Não. Tentação é o sussurro do inimigo em nossos ouvidos”, esclareceu.
Para exemplificar, o Sacerdote citou que os pecados são uma invenção de Lúcifer e seus seguidores. Para cada um deles, há um remédio, que ele viria a revelar ao final da palestra. Antes disso, Padre Reginaldo destacou a passagem bíblica de Efésios (6,12), que relata: “Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares”.
O trecho demonstra que Deus não permitiria o mal se não pudesse tirar nada de bom dele. O Sacerdote, então, evidenciou: “Se você passa por certa dificuldade, o grande questionamento não é porque passa por isso, mas qual será o fruto dessa noite escura, desse silêncio e dessa tentação. Somos, como seres humanos, tentados a todos os momentos, o próprio Cristo foi tentado. O que não podemos é deixar a chama da lanterna apagar”.
Além disso, chamou atenção de todos para que lutem contra o mal. E como? Padre Manzotti revelou que o combate começa dentro de cada fiel, nas intenções da alma. Ele questionou as atitudes que aparentam ser boas, mas têm pretensões ruins. “Por exemplo, ao ir à Missa, você vai como serviço à comunidade ou para mostrar o vestido que comprou em liquidação? Dá uma cesta básica por que a pessoa precisa ou para mostrar que é uma pessoa caridosa?”, debateu.
Na metade da palestra, as pessoas presentes no Retiro Nacional foram convidadas a ponderar sobre as maiores tentações no mundo atualmente. Com a condução do Sacerdote, eles refletiram que são a gula e a avareza, nos atos de exagerar em tudo o que faz ou tem (comida, consumo, trabalho, dinheiro, brigas, entre outros.
“É interessante perceber que, quem tem uma forte religiosidade, não é alvo vulnerável do inimigo. Consegue enfrentar de forma corajosa os problemas. Entenda, por meio deste Retiro Nacional, que Deus não falha nas Suas promessas. Quem é forte espiritualmente se recupera mais rapidamente da doença e encontra significado na vida. Eu disse ontem e falo hoje, temos que ressignificar a dor. O vazio precisa ser preenchido por Deus, para que não caia no desespero. A espiritualidade oferece mais força e esperança para vencer tudo, pois o Pai prometeu e Ele cumpre!”, pediu a todos para repetirem a última frase.
A partir da afirmação, o Sacerdote relembrou da lamparina, citada ao início da palestra. “A falta de força e esperança indica que você precisa de remédios e que a chama está para apagar. Temos que estar atentos quando os anjos demoníacos sussurrarem, para rechaçá-los”. Na continuidade, ele relembrou dos sete pecados capitais: gula, avareza, soberba, inveja, ira, luxúria e preguiça. “O pecado debilita a alma, atrapalha a vida espiritual, é obstáculo para que a graça venha. Você já passou por um período que está emocionalmente desequilibrado? É sinal de que alguma coisa está errada, pois a presença de Deus e espiritualidade leva ao equilíbrio”, elucidou.
E quais os remédios para quem se encontra em dificuldade e deseja vencer os demônios? Padre Manzotti informou: “Eucaristia, confissão, mas também temos os três princípios básicos da Quaresma: jejum, oração e caridade”. E ainda explicou quais os antídotos para cada um dos pecados capitais. São eles: da gula é a temperança; da ira é a mansidão; da avareza é a generosidade; da luxúria é a castidade; da soberba é a humildade; da preguiça é a diligência; e a inveja é a caridade.
“Essas virtudes neutralizam os vícios e acendem a lamparina. São o combustível para estar com o tanque sempre acima da metade, nunca na reserva. É o Espírito Santo quem nos oferta essa vida virtuosa”, defendeu o Sacerdote.
Testemunhos
Padre Reginaldo retornou ao palco e ouviu testemunhos de fiéis. O primeiro foi de Camila e Guilherme, casal de Colombo (PR). Diante da dificuldade, eles pediram a Deus e foram agraciados com a gravidez durante a pandemia. Ao completar 24 semanas, a fiel foi internada às pressas devido seu colo do útero ter descolado. Com 32 semanas de gravidez, sua bolsa rompeu e precisaria fazer uma cesárea de emergência. “Antes de entrar na cirurgia, eu e meu esposo rezamos o Terço. Quando a enfermeira passou em meu quarto, sentiu um cheiro de rosas. Ao terminarmos a oração, meu esposo viu a sombra de Nossa Senhora na parede, até a hora que sai para o centro cirúrgico”, contou Camila.
Guilherme, então, completou: “Somos campistas e conseguimos superar tudo isso por conta do acampamento. Era o momento em que nossa lamparina estava muito acesa, por isso, enfrentamos tudo com esperança. Nossa pequena está, atualmente, com três anos, muita saúde e sem sequelas”.
Elizandra compareceu ao Retiro Nacional acompanhada do filho, Luigi. de Palotina (PR), eles estavam para agradecer uma graça conquistada por meio do evento passado. “Meu filho tem 12 anos. Ele tinha muitas crises alérgicas. Nos agarramos a Jesus das Santas Chagas para descobrir o que era. Ele fez duas biópsias, mesmo assim, ficava inchado, tinha urticárias, crises respiratórias e outras coisas. Deus revelou a causa: alergia à proteína do leite e ovos. No ano passado, estávamos sentados aqui no Retiro Nacional, pedimos pela descoberta do que acometia ele e, neste ano, viemos agradecer. Ah, fizemos nossa contribuição para a Terra Prometida!”, declarou a mãe.
Foto: Maria Fernanda Mileski
Padre Manzotti aproveitou o momento para recordar sobre a contribuição no Livro Ouro pela compra do terreno da Terra Prometida da Associação Evangelizar É Preciso. Ele também destacou que o material será, no futuro, impresso e colocado, pelo próprio Sacerdote, embaixo do cruzeiro localizado no local: “O Livro eternizará seu nome e de sua família na história dessa conquista”.
No momento de testemunhos, ainda houve a contribuição de Bianca, associada de Caucaia (CE). Ela descreveu a graça da cura de um câncer. Antes de mudar-se para o Paraná, a fiel descobriu um câncer no colo do útero. Sem informar à família, fez a mudança e logo precisou realizar uma cirurgia. Durante a Festa de Jesus das Santas Chagas, em que assistiu pela televisão, fez o pedido. “Liguei a TV Evangelizar e, naquele momento, havia uma mulher que testemunhava a cura da mesma doença que eu. Me ajoelhei e peguei a graça para mim. Estou curada graças a Jesus das Santas Chagas”, relatou.
Após os testemunhos, Padre Reginaldo ressaltou o objetivo afirmado por Padre Jorge Fortunato no momento das Capelinhas: alcançarmos o marco de 20 mil Mensageiros de Jesus das Santas Chagas. Após, convidou as pessoas que desejavam fazer parte do projeto para irem até a frente do palco e fazerem seus cadastros. Uma grande corrente de serviço foi formada para cadastrar os nomes, que foram colocados, mais tarde, no altar da Santa Missa.
Foto: Maria Fernanda Mileski
Santa Missa
Ao fim, com emoção e coração repleto de bênçãos, aconteceu a Santa Missa e Adoração ao Santíssimo conduzida por Dom José Antonio Peruzzo. Ele saudou a todos os presentes: “É um número impressionante de ônibus aqui fora. Sugere muitas proveniências. É Quaresma, tempo de preparação para o Senhor. Que esta penitência seja a linguagem fiel, serena e confiante do perdão que precisamos para participar com grandeza de coração desta Santa Eucaristia”.
Na homilia, o Arcebispo refletiu sobre o Evangelho do dia: Lucas (4,1-13). “Fala-se de Jesus cheio do Espírito Santo. Tenhamos bem claro que Ele foi para o deserto. É o lugar onde a pessoa humana se depara com suas fraquezas mais potentes. Ele foi ao deserto para Se encontrar com intimidade com o Pai e para que se possa perceber o quanto é humano o Filho de Deus. Ele foi tentado por 40 dias”.
Em seguida, continuou: “Para nós, os 40 dias podem durar a vida inteira. O Senhor, que reconhece nossas fraquezas, nos indica para ouvi-Lo. Se não ouvirmos Sua voz, há o risco de querer que Ele ouça nossa voz, faça o que nos agrade ou o que nos convém. Como se Deus não fosse um pai a quem somos chamados a amar, mas um onipotente a servir nossas vaidades. Também da linguagem religiosa se pode traduzir em tentações que nos distanciam de Deus. Portanto, vamos deixar o Senhor falar”, encerrou.
Foto: Maria Fernanda Mileski
O Retiro Nacional foi transmitido ao vivo pela Rede Evangelizar de Comunicação. Saiba como foi o 1º dia aqui. Assista e reassista aos dois dias de evento no canal do YouTube da TV Evangelizar.